quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A valsa no tempo

Substâncias, no leve compor do vento
Em movimentos de reflexo compulsivo
Nos nossos órgãos ativos
Grãos de poeira e pensamentos.
Nessa valsa aleatória com o tempo
Poesias que voam
Paisagens que mudam
E muda o vento
O movimento
Muda o tempo
Nas paisagens
Nas poesias
Nessa valsa aleatória com o tempo
Se quebram as substancias que compõe o vento
E nossos órgãos ativos
Emitem reflexos compulsivos
De grãos de poeira
E pensamentos ...

Vitinho Andrade

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Carta aos que escravizaram a sua alma

A colonização nos ensinou a gostar de sermos colonizados.
Nos ensinou a rejeitar tentativas de libertação.
Nos capacitou apenas a esboçar as chances de mudanças.
Toda e qualquer atitude diferente deve ser imediatamente taxada, empacotada e despachada para bem longe.
Onde não exista qualquer possibilidade de aproveitamento das idéias, nem por oportunidade aleatória ou não.
Nos acostumamos com o estabelecimento dessa desordem que for a tomada como ordem, regra gera em todas as camadas, estâncias e setores da sociedade.
Esta que volta seus olhos sempre para as ordens daquele que poderá amaldiçoá-o ou lhe dar a benção da salvação.

A impunidade é o selo da carta.
A injustiça é a cola.
A corrupção o conteúdo.
A nossa conivência a prova de que já estamos acostumados a acreditar que apesar de considerar anormal visto de longe, esse sistema nos é completamente natural e aceitável.

Não cabe a nós mudá-lo.
Por que?
Porque alguém fará isso por nós.

Desatenciosamente

Abstinência ponto de exclamação.


Vitinho Andrade