quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um pouco da minha insônia

O que se sente as 4 horas da manhã de uma noite em claro? Garrafas d’água.
Poesia que está no sol que nasce atrás das nuvens. Um dia nublado.
Não há sons, nem estalos, nem estampidos, nem sirenes, nem explosões, nem bombas, nem bandidos, nem mocinhos, nem granadas, nem tonéis de álcool, nem satélites prestes a despencar em qualquer endereço, nem pegadas.
Não há nada que possa me fazer criar uma nova atmosfera de paixão, ou de ódio, ou de rancor, ou de desilusão, ou de felicidade, ou de alegria, que seja...
Qual é a palavra certa? Qual é a palavra?
O que você tem ai, guardado para mim? Um conselho? Uma divagação? Um julgamento? Uma bala na agulha? Um elogio ou algo que faça com que me sinta um idiota, um estúpido, um boçal, um cretino, um maldito, um vagabundo, um sonoplasta de filme de suspense que se equivoca e solta o barulho do grito antes que a faca atravesse o peito do herói?
Não quero heróis! Não me interesso por eles. Não me atrai seus super poderes.
Prefiro vomitar no balde de plástico ao lado da cama. Uma lata de lixo, um copo de uísque, um colírio com data de validade vencida, algo que faça arder os olhos.
Um marido corno filmando sua mulher no coito. Um policial que aceita a propina. Um dependente químico sedento por crack. Um bêbado desgovernado no volante. Um assassino arrependido! Seres humanos.
Que seja um ateu em apuros. Rezando para que consiga se salvar. Ou um Crente mentiroso, desses que atiram pedras em nome de Jesus.
O que podemos negociar? Já são 5 e 20 da manhã!!!!
É melhor que você arrume suas coisas e prepare-se para mais um dia de trabalho, ou mais um feriado, mais um dia de aula ou para suas férias, ou para a folga combinada de última hora.
Dor nos pés de tanto caminhar na contra-mão.
Quem sabe demais, não sabe de nada, apenas espera que alguém lhe diga como vencer.
Tenha um bom dia e que a semana começe do jeito quem tem que ser.